MOÇAMBIQUE
Primeira-Dama defende combate ao analfabetismo
A Primeira-Dama da República, Isaura Nyusi, defendeu a necessidade de um esforço redobrado na sensibilização e mobilização das comunidades, bem como a consciencialização destas para a importância de serem alfabetizadas, com vista a reduzir a taxa de analfabetismo, situada em 44,9 por cento.
Nyusi falava na abertura, esta sexta-feira, do seminário de Avaliação de Alfabetização, no âmbito do Movimento de Advocacia, Sensibilização e Mobilização de Recursos para a Alfabetização (MASMA), evento que decorre em Maputo, sob o lema «Alfabetização, alicerce para uma educação solidária e sustentável».
Para a Primeira-Dama, a alfabetização e aprendizagem permanente são condimentos essenciais necessários para superar os desafios que se colocam na consolidação do processo democrático, cultura de paz e garantia da igualdade de género, reforço da relação entre o Estado e a sociedade.
«Estes objectivos só serão alcançados com a alfabetização e aprendizagem permanentes. É preciso levar o conhecimento a todos os moçambicanos, que não tiveram oportunidade de se escolarizarem, para que todos possam participar no processo de transformação social e melhorar as suas condições de vida», asseverou.
Este posicionamento é comungado pelo Ministro da Educação e Desenvolvimento Humano, Jorge Ferrão, que chegou a defender também o uso de outras medidas para a redução do analfabetismo, como as tecnologias de informação e comunicação.
Segundo o governante, estas e outras medidas devem ser urgentes para a concretização dos objectivos de que se pretendem, sobretudo quando constatado que o analfabetismo é susceptível de provocar alguns atrasos no desenvolvimento do país.
Dados apresentados pelo ministro indicam que, em 2015, foram inscritos mais de 850 mil alfabetizandos, dos quais, aproximadamente, 690 mil adultos. A participação feminina continua avaliada em cerca de 440 mil, o que equivale a cerca de 50 por cento do universo dos adultos inscritos.
«Estas metas podem e devem ser superadas. Estas metas devem ser duplicadas, triplicadas. Isso exige uma comparticipação de toda a sociedade. Isso exige um compromisso também do gabinete da Primeira-Dama. Alfabetizar tem que ser uma tarefa de todos nós. Precisaremos de sonhar com um país sem o analfabetismo. E isso está bem ao nosso alcance», vincou Ferrão.
Por seu turno, o representante da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em Moçambique, Moussa Djaffar, considerou a alfabetização mais do que a habilidade pessoal de ler, escrever ou calcular.
Trata-se, porém, de um veículo para empoderar as pessoas e ajudá-las a adquirir habilidades para a vida e capacidades empreendedoras para fazer face aos desafios contemporâneos e optimizar as oportunidades para o desenvolvimento sustentável.
«Por isso, é imperiosa a mobilização de mais recursos para garantir o acesso à educação aos mais necessitados, em particular para mulheres e raparigas que vivem nas zonas rurais das regiões centro e norte do país, onde se registam as maiores taxas de analfabetismo», terminou