- Crescimento da dívida desestabiliza economia
O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, reconhece que o crescimento da dívida externa está a comprometer o funcionamento normal da economia nacional.
Num encontro que orientou na cidade de Maputo com um grupo de 80 empresários, Nyusi afirmou que o Governo moçambicano está a estudar uma saída para este problema e uma das medidas adotadas é a contenção de despesas, que deve ser adotada em todas as áreas do serviço público.
«É preciso transmitir a mensagem de poupança. O Governo já está a fazer uma reflexão sobre a pertinência da existência de pelo menos 20 empresas. Falamos sobre a empresa Aeroportos de Moçambique. Porém, mais empresas serão avaliadas», disse Nyusi.
Aliás, o Governo já definiu áreas prioritárias, tais como a agricultura para a produção de alimentos, reduzir as importações e reforçar as exportações. «A outra saída é a energia, tendo em conta que Moçambique dispõe de um grande potencial que também poderá abastecer o mercado interno e regional, onde já foram identificados potenciais consumidores. Se embarcarmos nisto podemos deixar de importar divisas», disse o chefe de Estado.
O turismo, explicou o Presidente da República, é outra área de atividade que urge tomar em consideração porque este setor mexe com o resto da economia e, por isso, pode ajudar a catapultar o crescimento.
«A área transversal é a das infraestruturas, razão pela qual estamos aqui para colher ideias e sugestões dos fazedores da economia sobre como proceder para tirar o país desta situação», disse Nyusi.
Falando em representação dos empresários da cidade de Maputo, Álvaro Massinga manifestou a preocupação desta classe com a situação político-militar e económica, referindo que está a colocar em causa o desenvolvimento da economia.
«É do nosso conhecimento que o Governo está a procurar criar condições para o diálogo entre as partes envolvidas, o que por si só mostra existir vontade política em colocar um ponto final na tensão vivida atualmente», disse Massinga, fazendo votos para que a situação melhore o mais breve possível.
Segundo Massinga, a cidade de Maputo sempre foi um destino muito apetecível a investimentos por parte de empresários, tanto nacionais como estrangeiros, pelo facto de ser a capital do país, bem como devido à robustez das suas infraestruturas, mas enfrenta vários desafios, alguns dos quais estruturais.
«Trata-se de desafios do próprio crescimento, como são os casos da mobilidade rodoviária, o crescente défice de energia elétrica, que é de baixa qualidade para o exercício da atividade empresarial, deficiente plano de urbanização e morosidade nos processos de emissão de DUAT’s (Direito do Uso e Aproveitamento da Terra) e licenças de construção», explicou.